segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os princípios da Biossegurança aplicadas ao laboratório de microbiologia e parasitologia aplicados em ambiente pedagógico universitário no Brasi


Professor Doutor Félix Gerardo de Vasconcelos Motta
Biomedico - Doutor em Microbiologia e Biologia Molecular


As atividades de ensino, pesquisa e extensão praticadas nos laboratórios de ensino de microbiologia e parasitologia das instituição de ensino superior e técnico brasileiro abrangem diversos ambiente pedagógico com exposição de risco determinado pelo potencial perigo de acidentes e exposição a agentes patógenos, virulento, transmissão por aerossóis, das diferentes áreas do conhecimento e manipulação de agentes patógenos, químicos, físicos, organismo geneticamente modificados, Prions portanto no seu desenvolvimento existe a presença de riscos aos profissionais, professores e estudantes envolvidos.
 Esse fato demanda a necessidade de normas de segurança direcionada à análise dos ricos de acordo com o nível dos agentes envolvido e desenvolvimento de estratégias para minimizá-los, sendo esta a principal função da biossegurança. A determinação dos níveis de contenção de acordo com o risco, baixo, médio e elevado deve ser priorizada nos laboratórios das universidades e ambientes pedagógicos no laboratório, pois, com o surgimento de novas tecnologias, manuseio de organismos geneticamente modificados. os procedimentos operacionais para a manipulação de agentes biológicos patogênicos deverão ser adequados para garantir a segurança dos profissionais, docentes, acadêmicos e do meio ambiente.
Devido ao fator humano estar implicado às causas de acidentes em laboratórios, o maior esforço deve estar direcionado aos aspectos de educação em biossegurança, que devem estar presentes no cotidiano das instituições de ensino. Salienta-se que alguns indivíduos tendem somente a levar em consideração a execução das atividades pedagógicas e de pesquisa dessa forma menosprezando os riscos, sendo que esta postura não pode ser admitida em qualquer ambiente laboratorial mesmo que seja um ambiente pedagógico todo amostra biológica deve ser considerada potencialmente infecciosa ou perigosa e as boas práticas de laboratórios efetivadas, respeitadas e praticadas e os equipamentos de proteção individual e coletivo dever ser uma exigência  normatizada pelas instituições de ensino. Para que um programa de educação em biossegurança seja efetivo, é necessário que todos os usuários dos laboratórios, profissionais técnicos, acadêmicos e professores, estejam devidamente informados acerca dos princípios de biossegurança, bem como aptos a colocá-los em prática de maneira correta, a fim de manter o ambiente seguro.
Os rico que os profissionais, professores e estudantes estão em possibilidade de exposição e decorrente das atividades desenvolvida e o manuseio de agentes biológicos patógenos de acordo sua transmissão,virulência, medidas de profilaxia vacinação e tratamento eficaz. Os risco foram classificados em níveis de um a quatro conforme indicamos abaixo
Nível: 1 Risco individual e para a comunidade ausente ou muito baixo (trata-se de microorganismos que potencialmente não provocam doenças no homen e em animais)

·           Nível: 2 Risco individual moderado, baixo risco para a comunidade.(germes patogênicos capaz de desenvolver doenças grave no homen e na comunidade. A exposição pode provocar infecção grave de indivíduo a outro e contaminar o meio ambiente. Existem tratamento e medidas profilática eficaz.)

·           Nível: 3 Risco individual alto e para comunidade baixo. (germes patogênicos que provocam doenças graves no homen e animais geralmente se propagam de um individuo infectado para outro. Existem medida de prevenção e tratamento não eficaz.)

·           Nível: 4 Risco individual e para a comunidade elevado. (Estes germes patogênicos provocam em geral doença grave no ser humano ou nos animais, sendo facilmente transmitido de um indivíduo à outro, de forma direta ou indireta. Geralmente não existem medidas eficazes de tratamento ou de prevenção.)
As barreiras de contenção dos riscos se classificam  de acordo com os ricos envolvidos em primaria que se refere aos equipamentos de proteção individual: luvas, mascaras, batas e aventais, óculos e protetores auriculares, toucas e calçados e a conduta do usuário e medidas de higiene e as boas praticas de laboratórios de microbiologia e parasitologia. As barreiras de contenção secundária se reporta a estrutura física: paredes, teto, porta. Os profissionais e estudantes em ambiente pedagógico universitário circulam conforme sua destinação acadêmicas em diversos ambientes de ricos que são agrupados  conforme  os agentes e posivel exposição em grupos de risco em biosseguraça:
BÁSICO: 1 ambulatório, laboratório de ensino Microorganismo – Bacillus subtilis; lactobacillus spp, Escherichia coli K12, virus do s Murino. EPIs. Batas .BPM.
 BÁSICO: 2 unidades de terapia intensiva, bloco cirúrgico, laboratório de patologia e analíses clinicas enfermarias de nivel de biossegurança II, banco de sangue, laboratório de imagens. – microorganismo – Bacillus cereus, salmonella typhi, virus poliomyelitis, cândida spp, S. mansoni, virus hepatite B, Neisseria minigitidis, Toxoplasma gondi EPIs. Jaleco de manga compridas, luvas, mascaras, óculos de proteção, touca, pro-pés BTM. BPLC. EPCs.
 CONTENÇÃO: 3 Diagnóstico especial (Trypanosoma ssp. – Leishmania ssp. – Mycobacterium tuberculosis. – Brucella ssp. – HIV. – HBV. –Histoplasmacapsulatum.) EPIs. EPCs. Contenção para todas as atividades. Fluxo de ar direcionado. BTM. BPLC ·
CONTENÇÃO MÁXIMA: 4 unidade de germes patogênicos perigosos. Herpesvirus simiae. Ebola (arbovírus). Lassa (arbovírus) matérial de pesquisa de DNA de alto risco. EPIs. Roupas de pressão positiva. Autoclave de duas portas.BPM. EPCs. Entrada hermeticamente fechada. Tratamento especifico do lixo
A maior parte dos acidentes de laboratório e das infecções laboratoriais  decorrem de erros humanos, da falta de técnica ou do uso inadequado do equipamento. As  boa praticas de laboratório e as rotinas padronizadas tem como principio reduzir ou evitar os acidentes.
Verificar os possíveis risco de exposição por agentes infecciosos presentes no laboratórios que tenha fins pedagógicos em microbiologia e parasitologia nas universidades brasileiras e analisar as barreira de contenção prevista nas normas e legislações nacional e internacional.

O fator de maior incidência de ocorrer erro é o humano, em virtude de tarefas repetitidas e muitas vezes monótonas e demoradas este fato implica da necessidade de um programa continuo em biossegurança e em boas práticas em laboratório de microbiologia e parasitologia e vigilância médica e epidemiologia e uma comissão de controle de infecção laboratorial.   

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A saliva como espécime biológica no diagnostico da Tuberculose Pulmonar

A saliva como espécime biológica no diagnostico da Tuberculose Pulmonar

Taciana Sotero de Aquino Pereira¹; Félix Gerardo Vasconcelos Motta².

1-Acadêmico Graduando no 8º período do Curso de Biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau – FMN 2008.2
2-Biomédico Doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco / Orientador do Trabalho / Biomédico e Pesquisador responsável pelo setor de tuberculose do Centro de edemias e análises médicas do Paulista – CEAMP.

Área de pesquisa do artigo: Ciências da Saúde - Bactériologia

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Resumo: A Tuberculose Pulmonar é uma doença da árvore brônquica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis que é uma bactéria na forma de pequenos bastonetes. O material biológico de eleição para o diagnóstico é o escarro, pois contém partículas expelidas pelos pulmões. O escarro pode se apresentar com o aspecto sanguinolento, mucopurulento, mucoso, saliva e liquefeito. Para evitar se rejeitar amostras e assim controlar a morbidade e motalidade da doença no município, o CEAMP que é o laboratório e central do município de Paulista no estado de Pernambuco, realiza também a pesquisa dos bacilos no escarro com aspecto saliva, diminuindo o numero de amostras rejeitadas, este procedimento otimizou os diagnósticos de casos novos em pediatria e controle de tratamento da Tuberculose Pulmonar.


Palavras chaves: tuberculose pulmonar; diagnóstico; TB; CEAMP Paulista, Saliva, espécime.




Abstract: Saliva as a Biological Specimen for the Diagnosis of Pulmonary Tuberculosis.

Pulmonary Tuberculosis is an illness from the Bronchitis family caused by the Mycobacterium Tuberculosis, a bacteria in the form of small rods (rhabdoidal bacilus). The biological material for it's diagnosis is the spittle as it contains particles excreted by the lungs. Spittle can appear with a sanguinary, muco-purolent, saliva, liquefied and mucus aspect. In order not to reject the samples and to control the morbidity of the illness the CEAMP, the central laboratory or the municipality of Paulista in Pernambuco, does the research into the bacilus in the saliva, destroying the 'myth' that this can't be used as the clinical material of choice for the diagnosis of pulmonary tuberculosis.

Key-words: pulmonary tuberculosis; diagnosis; CEAMP Paulista; Saliva; Specimen.


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INTRODUÇÃO
A tuberculose pulmonar é uma doença da árvore brônquica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis que é uma bactéria em forma de bastonetes retos e finos, que mede cerca de 0,4x3µm. As micobactérias não podem ser classificas em gram-positivas ou gram-negativas, e uma vez coradas com corantes básicos, não podem ser descoradas pelo álcool, pois os verdadeiros bacilos da tuberculose caracterizam-se pela sua álcool-ácido-resistência (Técnica de Ziehl-Neelsen).
A fonte mais freqüente de infecção é o humano infectado em estado bacilífero, que elimina grande número de bacilos da tuberculose pelas vias respiratórias, por isso contatos próximos como família e profissionais da saúde tornam altamente provável a transmissão.
A suscetibilidade à tuberculose é uma função do risco de contrair a infecção e do risco de desenvolver a doença clínica após a ocorrência de infecção. Para os pacientes sadios, o risco de adquirir bacilos da tuberculose depende da exposição a fontes de bacilos infecciosos, principalmente em contato com pacientes com escarro positivo. Este risco é proporcional ao tempo de exposição e a concentração de bacilos a que é exposto.
O desenvolvimento da doença clínica após infecção pode ser influenciado pela idade (alto risco no lactente e no idoso), desnutrição, estado imunológico do indivíduo, por doenças concomitantes (Ex: Diabetes, HIV) e outros fatores de resistência do hospedeiro.
O material clínico de eleição para o diagnóstico da tuberculose pulmonar é o escarro, que contém partículas sólidas ou purulentas produzidas no pulmões que são expelidas junto com a tosse. O escarro pode se apresentar como: saliva, mucopurulento, sanguinolento, liquefeito e mucoso.
No município do Paulista no estado de Pernambuco, especificamente no CEAMP (Centro de edemias e análises médicas do Paulista), a pesquisa de bacilos não apenas é feita no escarro com aspecto mucoso, como também com aspecto de saliva. O motivo principal para a pesquisa dos bacilos na saliva é a não rejeição das amostras, pois se percebeu que ao recusar amostras com aspecto de saliva, muitos pacientes não retornavam ao laboratório com o novo material, alguns desses já se encontravam em estado bacilífero, colocando em risco outras pessoas. Outros fatores também foram fundamentais para ter a saliva como amostra no diagnóstico da tuberculose pulmonar no município do Paulista, entre eles:
- Dificuldade que alguns pacientes têm para escarrar, entre eles estavam as crianças, os idosos e os pacientes com HIV; controle de tratamento de TP
- Alguns pacientes chegam aos postos de coleta ansiosos, amedrontados por ser uma doença que ainda tem um estigma e é motivo para preconceito;
- Orientações inadequadas dos funcionários dos postos de saúde e hospitais para a coleta do escarro;
- Dificuldade financeira que alguns pacientes têm para retornar ao laboratório com o novo material;
- O controle da morbidade, logo, quanto mais rápido se faz o exame, mas cedo o paciente entra em tratamento e assim sai do risco de contaminar outras pessoas e de desenvolver a forma crônica da tuberculose.
O artigo tem como objetivo, mostrar a importância e a eficiência da saliva para o diagnóstico da tuberculose pulmonar e assim detectar os casos de tuberculose pulmonar e monitorar a evolução do tratamento com maior rapidez e eficácia, sem causar traumas ao paciente.


DESENVOLVIMENTO
I – METODOLOGIA
A elaboração deste trabalho foi realizada no Município do Paulista no estado de Pernambuco, que tem uma população aproximada de 307.284 habitantes (IBGE, 2007), e é dividido em quatro regiões sanitárias: Distrito industrial, Zona rural, áreas de praia e Central (comércio). Em cada uma dessas regiões existem postos de coleta, e o diagnóstico é realizado no CEAMP que fica no bairro do Arthur Lundgren I e recebe amostras das quatro regiões sanitárias citadas acima.
“O município comporta 45 unidades básicas de saúde todas com programa de controle da tuberculose implantado e tem 40 equipes de saúde da família cobrindo 46% da população, priorizando a população de baixa renda” (Ministério da saúde, 2008).
Segundo o Fundo Global, a taxa de incidência da tuberculose pulmonar em 2007 é de 20/100.00 habitantes.
A técnica utilizada para o diagnóstico da tuberculose pulmonar na saliva é a de Ziehl-Neelsen acrescentando o tratamento da saliva, realizada da seguinte maneira:
1ª colocar a saliva em um tubo cônico de centrifuga;
2ª Centrifugar a 3.500 rpm durante 5 min;
3ª utilizar sedimento para confecção da lâmina;
A pesquisa deste trabalho foi realizada no período de setembro de 2007 à agosto de 2008, utilizando o banco de dados do CEAMP, o SILT-B (Sistema eletrônico de informação da tuberculose). Os pacientes estudados eram todos sintomáticos respiratórios, ou seja, pacientes que realizaram pelo menos um exame de diagnóstico com resultado positivo ou negativo.
Para essa pesquisa foram excluídas as amostras com aspecto físico como: as sanguinolentas, as liquefeitas, as mucopurulentas e as amostras que eram mistura de muco com saliva. Utilizando apenas as amostras com aspecto de muco e saliva (definidas na figura 1, página 5).



(A) saliva (B) mucopurulento (C) sanguinolento (D) liquefeito
Figura 1: Aspectos físicos do escarro.
Fonte: Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da tuberculose e outras micobactérias.


“Recomenda-se não deixar o escarro por muito tempo à temperatura ambiente, podendo torná-lo liquefeito, com aspecto muco-coloidal ou aguado. Normalmente, a parte sanguinolenta contém menos bacilos porque o sangue contata pouco tempo a lesão.” (Ministério da Saúde, 2008).
“A saliva e o muco nasal não são boas amostras para serem examinadas, mas não podem ser desprezadas, pois existe a possibilidade de que se encontrem bacilos.” (Ministério da Saúde, 2008).

II – ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.
Utilizando o levantamento dos dados do SILT-B, um quadro com a quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva, analisadas no período de setembro de 2007 à agosto de 2008, se constatou que dos 1.131 exames realizados, 1.057 obtiveram resultado negativos e 74 positivos. Todas as baciloscopias realizadas pelo CEAMP são enviadas para o LACEN (Laboratório Central) onde são novamente examinadas para garantir a qualidade do resultado e para que não ocorram resultados falso-positivos ou falso-negativos.
Nesse período apenas 40 amostras foram consideradas inadequadas, não serviram como material para o diagnóstico, ou seja, 4%. Geralmente os motivos para a não utilização desse material são: pela falta de identificação do paciente no material, amostra com volume insuficiente, porque a amostra ficou muito tempo à temperatura ambiente se tornando inadequada para a realização da baciloscopia, como também no transporte desse material para o CEAMP, além da má qualidade do próprio material (como exemplo a amostra muito saguinolenta) impossibilitando o êxito do exame.
A quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva analisadas no período acima citado, esta demonstrado no quadro 1.



Quadro 1: Quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva.
Fonte: Banco de dados do CEAMP (SILT-B).




Analisando os valores do quadro 1, se observa que dos 1.131 exames feitos, 392 foram realizados no escarro com aspecto de saliva, ou seja , 35% do total que chega ao laboratório. Onde das 392 amostras de saliva, 12 foram positivas e 380 negativas.
A quantidade de amostras recebidas com aspecto mucoso foi de 739, tendo um percentual de 65% do total. Foi obtido no muco, 62 baciloscopias positivas e 677 negativas.
A comparação desses resultados pode ser visualizada no gráfico 1, que mostra relação quantitativa e de porcentual das amostras com aspecto mucoso e de saliva que chegaram ao laboratório.


Gráfico 1: Comparativo quantitativo e de percentual das amostras de saliva e de muco que chegaram ao laboratório.




Foi realizado o cálculo para avaliar a qualidade das amostras de escarro espontâneo recebidas para o diagnóstico. O método de cálculo é simples, calcula-se o número de amostras de escarro recebidas com aspecto de saliva em determinado período dividido pelo total de amostras recebidas no laboratório no mesmo período, multiplicando o resultado por cem. “O resultado deve ser interpretado utilizando o parâmetro que é 15%.” (Ministério da Saúde, 2008). Um percentual maior que 15% indica, não apenas que as orientações não estão sendo adequadas, mas também que os pacientes que chegam ao laboratório tem dificuldade de expectoração (pacientes HIV) Paciente em controle de tratamento ou que o estágio da doença é inicial.
No caso do município do Paulista o percentual foi de 35%. Pode-se dizer que esse valor não é um indicativo de que a saliva não pode ser utilizada como material para o diagnóstico da tuberculose pulmonar, no entanto o motivo do alto índice dos valores dos exames é: a não rejeição das amostras, sabendo que alguns pacientes têm dificuldade de expectoração os Paciente diagnosticados em tratamento (controle) (indiferente de ser criança, idoso, portador de HIV ou até mesmo por estar em estagio inicial da tuberculose pulmonar), pela indicação clinica em que o mesmo se encontra e para a maior rapidez do diagnóstico, controlando assim a morbidade. Também se baseando que o diagnóstico da Tuberculose pela baciloscopia do escarro com aspecto de saliva é tão especifico e preciso quanto do escarro com aspecto mucoso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O propósito desse estudo foi de ampliar as possibilidades de diagnósticos da Tuberculose pulmonar, não descartando por inadequação as amostras de escarro com aspecto de saliva. Podemos constatar um aumento do índice de diagnostico em pacientes sintomáticos respiratório com diagnostico microbiológico de Tuberculose Pulmonar. Mostrando que exame realizado em material biológico escarro com aspecto de saliva ou mucoso tem especificidade, precisão e exatidão clinicamente e epidemiologia esperados. Facilitando a coleta dos exames nos pacientes com diferentes graus de dificuldade em expectorar com diagnostico precoce e rápido da tuberculose pulmonar.












REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:
TORTORA, Gerard J, Berdell R. Funke e Christhiane L. Case. Microbiologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MURRAY, Patrick R, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller. Microbiologia Médica. 5 ed. Riode Janeiro: Elsevier, 2006
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epdemiológica. Manual nacional de vigilância laboratorial da tuberculose e outras micobactérias. 1 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

Material da Internet:
São Paulo. Tuberculose. Disponível em: > http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuberculose.
Acesso em: 20 out. 2008.
São Paulo. Sintomas da Tuberculose. Disponível em:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?432
Acesso em: 23 out. 2008

A saliva como espécime biológica no diagnostico da Tuberculose Pulmonar

A saliva como espécime biológica no diagnostico da Tuberculose Pulmonar

Taciana Sotero de Aquino Pereira¹; Félix Gerardo Vasconcelos Motta².

1-Acadêmico Graduando no 8º período do Curso de Biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau – FMN 2008.2
2-Biomédico Doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco / Orientador do Trabalho / Biomédico e Pesquisador responsável pelo setor de tuberculose do Centro de edemias e análises médicas do Paulista – CEAMP.

Área de pesquisa do artigo: Ciências da Saúde - Bactériologia

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Resumo: A Tuberculose Pulmonar é uma doença da árvore brônquica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis que é uma bactéria na forma de pequenos bastonetes. O material biológico de eleição para o diagnóstico é o escarro, pois contém partículas expelidas pelos pulmões. O escarro pode se apresentar com o aspecto sanguinolento, mucopurulento, mucoso, saliva e liquefeito. Para evitar se rejeitar amostras e assim controlar a morbidade e motalidade da doença no município, o CEAMP que é o laboratório e central do município de Paulista no estado de Pernambuco, realiza também a pesquisa dos bacilos no escarro com aspecto saliva, diminuindo o numero de amostras rejeitadas, este procedimento otimizou os diagnósticos de casos novos em pediatria e controle de tratamento da Tuberculose Pulmonar.


Palavras chaves: tuberculose pulmonar; diagnóstico; TB; CEAMP Paulista, Saliva, espécime.




Abstract: Saliva as a Biological Specimen for the Diagnosis of Pulmonary Tuberculosis.

Pulmonary Tuberculosis is an illness from the Bronchitis family caused by the Mycobacterium Tuberculosis, a bacteria in the form of small rods (rhabdoidal bacilus). The biological material for it's diagnosis is the spittle as it contains particles excreted by the lungs. Spittle can appear with a sanguinary, muco-purolent, saliva, liquefied and mucus aspect. In order not to reject the samples and to control the morbidity of the illness the CEAMP, the central laboratory or the municipality of Paulista in Pernambuco, does the research into the bacilus in the saliva, destroying the 'myth' that this can't be used as the clinical material of choice for the diagnosis of pulmonary tuberculosis.

Key-words: pulmonary tuberculosis; diagnosis; CEAMP Paulista; Saliva; Specimen.


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INTRODUÇÃO
A tuberculose pulmonar é uma doença da árvore brônquica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis que é uma bactéria em forma de bastonetes retos e finos, que mede cerca de 0,4x3µm. As micobactérias não podem ser classificas em gram-positivas ou gram-negativas, e uma vez coradas com corantes básicos, não podem ser descoradas pelo álcool, pois os verdadeiros bacilos da tuberculose caracterizam-se pela sua álcool-ácido-resistência (Técnica de Ziehl-Neelsen).
A fonte mais freqüente de infecção é o humano infectado em estado bacilífero, que elimina grande número de bacilos da tuberculose pelas vias respiratórias, por isso contatos próximos como família e profissionais da saúde tornam altamente provável a transmissão.
A suscetibilidade à tuberculose é uma função do risco de contrair a infecção e do risco de desenvolver a doença clínica após a ocorrência de infecção. Para os pacientes sadios, o risco de adquirir bacilos da tuberculose depende da exposição a fontes de bacilos infecciosos, principalmente em contato com pacientes com escarro positivo. Este risco é proporcional ao tempo de exposição e a concentração de bacilos a que é exposto.
O desenvolvimento da doença clínica após infecção pode ser influenciado pela idade (alto risco no lactente e no idoso), desnutrição, estado imunológico do indivíduo, por doenças concomitantes (Ex: Diabetes, HIV) e outros fatores de resistência do hospedeiro.
O material clínico de eleição para o diagnóstico da tuberculose pulmonar é o escarro, que contém partículas sólidas ou purulentas produzidas no pulmões que são expelidas junto com a tosse. O escarro pode se apresentar como: saliva, mucopurulento, sanguinolento, liquefeito e mucoso.
No município do Paulista no estado de Pernambuco, especificamente no CEAMP (Centro de edemias e análises médicas do Paulista), a pesquisa de bacilos não apenas é feita no escarro com aspecto mucoso, como também com aspecto de saliva. O motivo principal para a pesquisa dos bacilos na saliva é a não rejeição das amostras, pois se percebeu que ao recusar amostras com aspecto de saliva, muitos pacientes não retornavam ao laboratório com o novo material, alguns desses já se encontravam em estado bacilífero, colocando em risco outras pessoas. Outros fatores também foram fundamentais para ter a saliva como amostra no diagnóstico da tuberculose pulmonar no município do Paulista, entre eles:
- Dificuldade que alguns pacientes têm para escarrar, entre eles estavam as crianças, os idosos e os pacientes com HIV; controle de tratamento de TP
- Alguns pacientes chegam aos postos de coleta ansiosos, amedrontados por ser uma doença que ainda tem um estigma e é motivo para preconceito;
- Orientações inadequadas dos funcionários dos postos de saúde e hospitais para a coleta do escarro;
- Dificuldade financeira que alguns pacientes têm para retornar ao laboratório com o novo material;
- O controle da morbidade, logo, quanto mais rápido se faz o exame, mas cedo o paciente entra em tratamento e assim sai do risco de contaminar outras pessoas e de desenvolver a forma crônica da tuberculose.
O artigo tem como objetivo, mostrar a importância e a eficiência da saliva para o diagnóstico da tuberculose pulmonar e assim detectar os casos de tuberculose pulmonar e monitorar a evolução do tratamento com maior rapidez e eficácia, sem causar traumas ao paciente.


DESENVOLVIMENTO
I – METODOLOGIA
A elaboração deste trabalho foi realizada no Município do Paulista no estado de Pernambuco, que tem uma população aproximada de 307.284 habitantes (IBGE, 2007), e é dividido em quatro regiões sanitárias: Distrito industrial, Zona rural, áreas de praia e Central (comércio). Em cada uma dessas regiões existem postos de coleta, e o diagnóstico é realizado no CEAMP que fica no bairro do Arthur Lundgren I e recebe amostras das quatro regiões sanitárias citadas acima.
“O município comporta 45 unidades básicas de saúde todas com programa de controle da tuberculose implantado e tem 40 equipes de saúde da família cobrindo 46% da população, priorizando a população de baixa renda” (Ministério da saúde, 2008).
Segundo o Fundo Global, a taxa de incidência da tuberculose pulmonar em 2007 é de 20/100.00 habitantes.
A técnica utilizada para o diagnóstico da tuberculose pulmonar na saliva é a de Ziehl-Neelsen acrescentando o tratamento da saliva, realizada da seguinte maneira:
1ª colocar a saliva em um tubo cônico de centrifuga;
2ª Centrifugar a 3.500 rpm durante 5 min;
3ª utilizar sedimento para confecção da lâmina;
A pesquisa deste trabalho foi realizada no período de setembro de 2007 à agosto de 2008, utilizando o banco de dados do CEAMP, o SILT-B (Sistema eletrônico de informação da tuberculose). Os pacientes estudados eram todos sintomáticos respiratórios, ou seja, pacientes que realizaram pelo menos um exame de diagnóstico com resultado positivo ou negativo.
Para essa pesquisa foram excluídas as amostras com aspecto físico como: as sanguinolentas, as liquefeitas, as mucopurulentas e as amostras que eram mistura de muco com saliva. Utilizando apenas as amostras com aspecto de muco e saliva (definidas na figura 1, página 5).



(A) saliva (B) mucopurulento (C) sanguinolento (D) liquefeito
Figura 1: Aspectos físicos do escarro.
Fonte: Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da tuberculose e outras micobactérias.


“Recomenda-se não deixar o escarro por muito tempo à temperatura ambiente, podendo torná-lo liquefeito, com aspecto muco-coloidal ou aguado. Normalmente, a parte sanguinolenta contém menos bacilos porque o sangue contata pouco tempo a lesão.” (Ministério da Saúde, 2008).
“A saliva e o muco nasal não são boas amostras para serem examinadas, mas não podem ser desprezadas, pois existe a possibilidade de que se encontrem bacilos.” (Ministério da Saúde, 2008).

II – ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.
Utilizando o levantamento dos dados do SILT-B, um quadro com a quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva, analisadas no período de setembro de 2007 à agosto de 2008, se constatou que dos 1.131 exames realizados, 1.057 obtiveram resultado negativos e 74 positivos. Todas as baciloscopias realizadas pelo CEAMP são enviadas para o LACEN (Laboratório Central) onde são novamente examinadas para garantir a qualidade do resultado e para que não ocorram resultados falso-positivos ou falso-negativos.
Nesse período apenas 40 amostras foram consideradas inadequadas, não serviram como material para o diagnóstico, ou seja, 4%. Geralmente os motivos para a não utilização desse material são: pela falta de identificação do paciente no material, amostra com volume insuficiente, porque a amostra ficou muito tempo à temperatura ambiente se tornando inadequada para a realização da baciloscopia, como também no transporte desse material para o CEAMP, além da má qualidade do próprio material (como exemplo a amostra muito saguinolenta) impossibilitando o êxito do exame.
A quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva analisadas no período acima citado, esta demonstrado no quadro 1.




Baciloscopias
+
-
Muco
+
-
%
Saliva
+
-
%
2007
381
20
361
2
Quadro 1: Quantidade e porcentagem de baciloscopias feitas no muco e na saliva.
Fonte: Banco de dados do CEAMP (SILT-B).




Analisando os valores do quadro 1, se observa que dos 1.131 exames feitos, 392 foram realizados no escarro com aspecto de saliva, ou seja , 35% do total que chega ao laboratório. Onde das 392 amostras de saliva, 12 foram positivas e 380 negativas.
A quantidade de amostras recebidas com aspecto mucoso foi de 739, tendo um percentual de 65% do total. Foi obtido no muco, 62 baciloscopias positivas e 677 negativas.
A comparação desses resultados pode ser visualizada no gráfico 1, que mostra relação quantitativa e de porcentual das amostras com aspecto mucoso e de saliva que chegaram ao laboratório.


Gráfico 1: Comparativo quantitativo e de percentual das amostras de saliva e de muco que chegaram ao laboratório.




Foi realizado o cálculo para avaliar a qualidade das amostras de escarro espontâneo recebidas para o diagnóstico. O método de cálculo é simples, calcula-se o número de amostras de escarro recebidas com aspecto de saliva em determinado período dividido pelo total de amostras recebidas no laboratório no mesmo período, multiplicando o resultado por cem. “O resultado deve ser interpretado utilizando o parâmetro que é 15%.” (Ministério da Saúde, 2008). Um percentual maior que 15% indica, não apenas que as orientações não estão sendo adequadas, mas também que os pacientes que chegam ao laboratório tem dificuldade de expectoração (pacientes HIV) Paciente em controle de tratamento ou que o estágio da doença é inicial.
No caso do município do Paulista o percentual foi de 35%. Pode-se dizer que esse valor não é um indicativo de que a saliva não pode ser utilizada como material para o diagnóstico da tuberculose pulmonar, no entanto o motivo do alto índice dos valores dos exames é: a não rejeição das amostras, sabendo que alguns pacientes têm dificuldade de expectoração os Paciente diagnosticados em tratamento (controle) (indiferente de ser criança, idoso, portador de HIV ou até mesmo por estar em estagio inicial da tuberculose pulmonar), pela indicação clinica em que o mesmo se encontra e para a maior rapidez do diagnóstico, controlando assim a morbidade. Também se baseando que o diagnóstico da Tuberculose pela baciloscopia do escarro com aspecto de saliva é tão especifico e preciso quanto do escarro com aspecto mucoso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O propósito desse estudo foi de ampliar as possibilidades de diagnósticos da Tuberculose pulmonar, não descartando por inadequação as amostras de escarro com aspecto de saliva. Podemos constatar um aumento do índice de diagnostico em pacientes sintomáticos respiratório com diagnostico microbiológico de Tuberculose Pulmonar. Mostrando que exame realizado em material biológico escarro com aspecto de saliva ou mucoso tem especificidade, precisão e exatidão clinicamente e epidemiologia esperados. Facilitando a coleta dos exames nos pacientes com diferentes graus de dificuldade em expectorar com diagnostico precoce e rápido da tuberculose pulmonar.












REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:
TORTORA, Gerard J, Berdell R. Funke e Christhiane L. Case. Microbiologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MURRAY, Patrick R, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller. Microbiologia Médica. 5 ed. Riode Janeiro: Elsevier, 2006
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epdemiológica. Manual nacional de vigilância laboratorial da tuberculose e outras micobactérias. 1 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

Material da Internet:
São Paulo. Tuberculose. Disponível em: > http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuberculose.
Acesso em: 20 out. 2008.
São Paulo. Sintomas da Tuberculose. Disponível em:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?432
Acesso em: 23 out. 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

OCORRÊNCIA DE CASOS DE BACILOSOPIA POSITIVA NA CIDADE DO PAULISTA

A tuberculose é uma doença com distribuição mundial. O retardo do diagnóstico, o abandono do tratamento, o sinergismo com o vírus da imunodeficiência adquirida aumentam os índices de morbidade e mortalidade causadas pelo Micobacterium tuberculosis. O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PCNT) do Ministério da Saúde (MS), com apóio da Secretária de vigilância em Saúde (SVS) e da Secretária de Saúde da Cidade do Paulista (CEAMP), tem como principal objetivo promover o controle da tuberculose, diagnosticando a doença utilizando métodos laboratoriais simples, rápidos, confiáveis e pouco onerosos, como a baciloscopia e obter estimativas de prevalência e tendências dos casos de tuberculose pulmonar em uma determinada população, permitindo assim tratar doentes bacilíferos, diminuindo a morbidade, mortalidade e transmissão da tuberculose. O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de verificar a ocorrência de baciloscopia positiva na cidade do Paulista. Foram utilizados dados dos pacientes que realizaram exame de baciloscopia, pelo método de Ziehl-Neelsen no Centro de Endemias e Análises médicas de Paulista (CEAMP), no período de janeiro de 2007 a maio de 2008 com amostras (escarro) de pacientes da zona rural, distrito industrial, áreas de praia, região central. Foram realizados 4200 exames, que representam 1,75 % da população do município. Foram 4200 exames realizados em 1543 Sintomaticos respiratórios de tuberculose pulmonar, sendo que destes 9,5% tiveram resultado de baciloscopia positiva, sendo 1.6/1000 habitantes. De acordo com os resultados concluiu-se que os resultados do permanente inquérito laboratorial das baciloscopia para tuberculose é um instrumento fundamental e no êxito no controle da morbidade, mortalidade, transmissão da doença e planejamento terapêutico e também como estratégias de vigilância epidemiológica no município de Paulista.




Juliana Vital Domingos Silva1, Patrícia Lúcia Arruda de Andrade2, Tatiana Maria da Silva3, Félix Gerardo de Vasconcelos Motta3
1. Departamento de Ciências Farmacêuticas. Centro de Ciências da Saúde – Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Av. Prof. Arthur de Sá S/N – Cidade Universitária, Recife – PE, CEP: 50740-521.
2. Faculdade Maurício de Nassau – Rua Guilherme Pinto
3. Centro de Endemias e Análises Médicas de Paulista – Secretaria de Saúde da Prefeitura da Cidade do Paulista - A. Palmares S/N - Arthur Lundgreen I - Paulista - Pernambuco

terça-feira, 29 de abril de 2008

Diagnóstico Laboratórial da Hanseniase

Dr. Félix Gerardo e Vasconcelos Motta
Biomedico

O centro de Endemias e Analises Medicas do Paulista
Realiza os exames de diagnostico da Hanseniases em todo o municipio da cidade do Paulista
na região metropolitano do Recife.


A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento dos doentes, que hoje já não existe e nem é necessário, pois a doença pode ser tratada e curada.
A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo, por germes eliminados por gotículas da fala e que são inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz. Outra possibilidade é o contato direto com a pele através de feridas de doentes. No entanto, é necessário um contato íntimo e prolongado para a contaminação, como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase.
A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminante na família. O período de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos.
Manifestações clínicas
As formas de manifestação da hanseníase dependem da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença. Esta resposta pode ser verificada através do teste de Mitsuda, que não dá o diagnóstico da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença:
Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.
Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.
Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.

terça-feira, 1 de abril de 2008